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Natália Picoli

Leituras, viagens e morar bem

    • Lidos em 2023
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    O clube da luta foi o livro de setembro do Clube do Livro Maringá, a discussão final foi ontem e foi incrível! 

    Acho que o senso comum foi: Que livro louco! 

    Se você nunca ouviu falar do livro calma que eu te conto! 
    E, se você está pensando em pular a leitura porque já assistiu ao filme, REPENSE! O final do livro pode te surpreender!

    Eu ainda não vi o filme mas quero muito assistir para comparar as duas obras.

    Sinopse

    Um homem deprimido que sofre de insônia conhece um estranho vendedor chamado Tyler Durden e se vê morando em uma casa suja depois que seu perfeito apartamento é destruído. 

    A dupla forma um clube com regras rígidas onde homens lutam. A parceria perfeita é comprometida quando uma mulher, Marla, atrai a atenção de Tyler.

    Consumismo, solidão e prazeres momentâneos são alguns dos temas abordados durante o romance. 

    Considerado um ícone cult a obra motivou o filme homônimo estrelado por Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonhan Carter. 

    Sobre o autor 

    Charles Palahniuk é um autor e jornalista norte americano, possui um estilo de escrita caracterizado pelo uso e repetição de frases curtas plenas de humor cínico ou irônico.
    A narrativa nos livros de Palahniuk começam, não raramente, no seu fim cronológico, com o protagonista a recontar os eventos que conduziram ao ponto que forma o princípio do livro. Por bastantes vezes há um plotwist (revelação inesperada) perto do fim da obra.
    O autor tem mais 19 livros de ficção e 3 de não ficção publicados. 

    Minhas percepções sobre o livro

    O estilo do autor com frases, parágrafos e capítulos curtos foi muito interessante para mim, inclusive fiquei admirada com o como ele consegue fazer isso, escrevendo tão pouco e passando tanto significado. Ao mesmo tempo que a descrição é bastante sinestésica ela passa uma impressão de confusão, acredito que no final fica explicito porque. 

    O livro é escrito em primeira pessoa e temos a visão imprecisa de um narrador que sofre de insônia, na discussão do clube do livro várias pessoas disseram que conseguiram sacar o plotwist antes dele acontecer, eu sinceramente fiquei chocada e não imaginava isso acontecendo. 

    O livro contém poucas personagens femininas, pelo que contamos apenas 2, durante o debate sobre o livro, entendemos que talvez isso represente algum trauma do narrador, pois em algumas partes ele fala com desprezo sobre as mulheres e sobre a "geração de homens criados por mulheres" dando a entender que esses homens eram problemáticos por conta disso.

    É um livro rápido de ler, o estilo do autor faz com que a leitura te prenda e flua, o plot twist é muuuuuuito bom e o final diferente do filme faz com quem já viu o longa metragem tenha um motivo para a leitura. 

    Curiosidades 

    O livro começou como um conto que o autor escreveu em uma tarde de trabalho em um dia em que ele estava com o olho roxo de uma briga que havia tido nas férias, ele vendeu esse conto. Para aumenta-lo até chegar em uma história, começou a adicionar histórias contadas pelos seus amigos. 

    Em 2016 e 2019 o autor lançou uma Graphic Novel como continuação o Clube da Luta 2 e 3, 10 anos depois do final do primeiro livro, temos o narrador (descobrimos seu nome: Sebastian) e Marla, agora sua esposa, eles têm um filho de 9 anos e uma rotina enfadonha e careta, o que faz Tyler se agitar no subconsciente de Sebastian, não sou muito de graphic novels mas fiquei com vontade de saber o final dessa história! 

    No posfácio o autor explica que várias pessoas foram perguntar onde ele teve a ideia do clube da luta e tudo mais e ele responde com uma frase que me marcou bastante "Não há nada que um zé ninguém do Oregon com uma educação de escola pública possa imaginar que um bilhão de pessoas já não tenha feito"

    Ainda no posfácio outra coisa que me chamou atenção foram alguns comentários que ele disse receber da audiência e do publico, "porque não há um clube da luta feminino e outros tipos de clube da luta?" esse tipo de questionamento me lembrou o posfácio de Fahrenheit 451.

    Esse livro esta de graça no kindle unlimited, mas caso você queira comprar a edição física é só clicar aqui.






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    Theodore Dalrymple é na verdade o pseudônimo de Anthony Daniels, psiquiatra
     inglês e pensador conservador, em podres de mimados ele faz uma critica ao sentimentalismo tóxico e como ele pode ser prejudicial a sociedade de forma geral.

    O livro é dividido em 6 capítulos, no primeiro deles o autor defende a tese que a causa da sociedade estar "Sentimentalista" é em partes devido a educação que segundo ele, não esta rígida o suficiente e possui um excesso de liberdade para o aprendizado a consequência para isso é um desperdício de talentos e uma diminuição da cultura. 

    "Se a linguagem não é correta, então aquilo que se diz não é o que se quer dizer; se o que se diz não é o que se quer dizer, então o que deve ser feito permanece por fazer, se isso permanece por fazer, a moral e a arte vão deteriorar-se; a justiça se perde, as pessoas ficarão confusas. Por isso, não deve haver qualquer arbitrariedade naquilo que se diz. Isso é mais importante do que tudo" Confúcio 

    A preocupação do autor com a educação me lembrou um pouco o livro de ficção 1984 de George Orwell em que um governo ditatorial controlava a linguagem, com uma agenda de diminuir a cada ano o número de palavras do idioma, criando para a mesma palavra significados opostos, no livro o governo faz isso para controlar o pensamento da população. 

    "Assim uma palavra passa a incluir coisas demais e a significar coisas de menos"

    Ele tem uma preocupação semelhante com outro sintoma da educação mais livre: o medo de frustrar as pessoas, desde crianças, dificultando dessa forma o aprendizado em relação as dificuldades, isso é evidenciado principalmente em relacionamentos, pois se idealiza relacionamentos perfeitos, o que não existe, e na primeira ocasião onde é necessário esforço ou a frustração acontece o relacionamento é abandonado. 

    Outro sintoma do sentimentalismo que ele cita é não saber controlar as emoções e agir de acordo com as proporções dos acontecimentos, ele cita um exemplo de um pai que comprou um peito de frango no supermercado, a esposa cozinha e na hora de servir havia um pé de galinha no prato de sua filha de 11 anos, nesse exemplo a menina faz um escândalo, não come, chora muito e o pai resolve processar o supermercado por ter vendido o pé de galinha junto com a embalagem de peito, não estou defendendo o supermercado, mas concordo com o autor que os argumentos que motivaram o processo foram exagerados e poderiam ter sido enxergues de uma forma mais racional.

    Nos capítulos 4 e 5 "A exigência de emoção pública" e "o culto da vítima" ele mostra alguns exemplos reais em que o culto romântico da sensibilidade acontece, conferindo autoridade moral ao sofredor e quem não sofre se torna alguém com uma deficiência de caráter, que tem ausência de imaginação e sentimento.

    Ele trouxe inúmeros casos, o que me deixou um pouco chocada, de autores de memórias sofridas, de vidas miseráveis e abusos infantis, que na verdade cresceram em boas famílias e nunca passaram por nada que haviam relatado, mas que ainda assim, inventavam desculpas para se apoiar em um sofrimento que justificasse a própria fraude. 

    "Ouvir com uma referência acrítica aqueles que sofreram muito, apenas por causa de seus sofrimentos, provavelmente começou após a segunda guerra mundial e tornou-se um hábito."


    Esse trecho do livro me lembrou o livro "Em busca de sentido de Viktor Frankl" que é um relato de um psicólogo sobre os seus dias preso no campo de concentração, em uma parte do livro ele fala que nem todo judeu era bom e nem todo guarda alemão ruim, não havia como ser preto no branco, não é porque alguém sofreu que lhe é concedido o direito de fazer qualquer coisa.

    De forma geral não é um livro de fácil leitura, o autor trás argumentos válidos, mas em alguns momentos eu senti falta de uma diversidade maior de argumentos, senti que a construção do livro foi enviesada e nem todos os argumentos me convenceram, em outros no entanto concordo com ele. 

    A linguagem é um pouco rebuscada e prolixa, porém uma de suas críticas é ao baixo domínio da linguagem, então achei coerente a utilização de uma norma culta. 

    Para finalizar um trecho que me marcou do livro foi:

    "No mundo moderno um homem bom é um homem que tem opiniões corretas e que enuncia sentimentos impecáveis, sendo sua conduta efetiva consideravelmente menos importante"

    Em épocas de internet onde acompanhamos muitas opiniões fervorosas e poucas ações e um livro que elenca várias discussões importantes.  

    Você já leu o livro? Me conta o que achou nos comentários! 

    Ainda não leu? Compre aqui

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    Para mim Mulheres que correm com lobos é um livro que traz ferramentas para autoconhecimento do ponto de vista da psicologia Junguiana, se você ainda não sabe o que é isso da uma olhadinha nesse post que eu fiz em julho
    "Tudo o que você precisa saber antes de ler Mulheres que correm com os lobos"

    No capítulo 1 ela conta duas histórias a La Loba e os 4 rabinos e através da interpretação desses contos ela aborda a importância do autoconhecimento, de entender a natureza selvagem feminina e sobre os perigos de não estar preparado para o processo. 

    La Loba - Na história La Loba é uma velha no deserto, que recolhe de ossos, principalmente dos lobos, montam seus esqueletos e cantam para que eles ganhem forma e saiam correndo, se transformando em mulheres que saem correndo livremente. 

    No processo da nossa vida os ossos representam a nossa essência o que é natural para nós, como encontrar essas próprias partes de nós que "formarão nosso esqueleto", nosso autoconhecimento?

    Ela propões que para se conectar com a essência feminina, através de arte e da vida criativa, meditação, do silêncio intencional e ir buscando os nossos próprios ossos. Mas aqui não estamos falando da arte apenas na pintura, escultura, etc, mas de colocar criatividade no nosso dia a dia no ato de fazer o jantar por exemplo. 

    A autora usa a parábola dos quatro rabinos para alertar sobre os perigos de não estar suficientemente preparado para adentrar no terreno deste estado psíquico. Na história, os quatro homens são levados ao Paraíso por um anjo, quando retornam, um ficou louco e raivoso, o outro cínico e descrente, o terceiro se tornou um pregador fanático e o quarto, que era poeta, resolveu fazer arte. Foi o que conseguiu viver melhor, pois entendeu que tem coisas que não estão no campo das palavras. 

    O resumo de tudo isso está em buscar dentro de si, através da meditação, da criatividade e das artes o caminho para a restauração do próprio eu.

    “A grande tarefa diante de nós consiste em aprender a compreender à nossa volta e dentro de nós exatamente o que deve viver e o que deve morrer"                                                                                                                                                                                                                                                                                                

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