Ayn Rand e os devaneios do coletivismo - Porque você deveria ler?
julho 15, 2020Como diria a autora você é livre para fazer o que você quiser e para pensar o que você quiser, desde que seja racional. Separei as partes que mais me chamaram a atenção do pensamento de Ayn Rand e no final você decide se deve ou não ler o livro!
Autora
Antes de falar sobre o livro "Ayn Rand e os devaneios do coletivismo" do Professor Dennys Garcia Xavier, você sabe quem foi Ayn Rand?
Essa contextualização é tão importante que foram utilizadas 68 páginas contando a vida da autora e só depois na sua obra.
Ela nasceu com o nome de Alissa Zinovyevna em 1905 na Russia, em uma família judia. Aos nove anos decidiu que seria escritora, aos 12 já havia escrito 4 romances, todos com uma heroína da sua idade.
Quando foi instalado o regime comunista na Russia sua família teve o negócio e o apartamento apreendidos, sendo obrigados a dividir com outras famílias. Ela fez faculdade e trabalhou como guia turística, mas tinha o sonho de fugir do regime comunista.
Aos 21 anos, esse sonho foi realizado, ela foi visitar alguns parentes nos Estados Unidos e nunca mais voltou para a Russia. Trocou de nome para Ayn Rand e foi morar em Hollywood. Conseguiu seu primeiro emprego nos EUA como figurante onde conhece seu marido (Sim a vida dela é tipo um livro de ficção). Trabalhou como roteirista, vendedora de assinaturas de revistas, mas nunca desistiu do seu sonho de escrever.
The fountainhead (A nascente) foi seu primeiro grande livro publicado, sendo adaptado para o cinema.
Em todos os seus romances os personagens principais seguiam o código de ética do objetivismo, uma filosofia elaborada por Rand. Em 1958 ela começou a dar palestras sobre essa linha de pensamento.
Ela pregava que todas as decisões deveriam ser tomadas de forma racional e assim ela viveu, teve um caso extraconjugal com seu discípulo e esse caso teve a anuência dos respectivos cônjuges, de forma racional.
Isso aconteceu em 1954, não consigo classifica-la de forma diferente do que ela mesma disse em uma entrevista "minhas opiniões provavelmente serão a norma no futuro, mas não neste momento" ainda não chegamos nesse futuro.
Ela faleceu em 1982.
Obras:
Obras de ficção:
We the living
Anthem
The fountainhead - A nascente
Atlas Shrugged - A revolta de atlas*
*Uns dos livros mais lidos até hoje nos EUA
Obras não-ficção
For the new intellectual
The objectivist newsletter
The virtue of selfishness
Capitalism: The unkown ideal
The objectivist
Introduction to Objectivist Epistemology
The romantic Manifesto
The new left: The anti-industrial revolution
The Ayn Rand letter
Philosophy: Who needs it
O livro - Ayn Rand e os devaneios do coletivismo
O livro é um ensaio feito pela equipe do Professor Dennys Xavier que elenca os principais pontos da filosofia Objetivista elaborada por Rand.
O que seria o Objetivismo?
"Minha filosofia, em sua essência, é o conceito de Homem como um ser heroico, tendo a felicidade como o propósito moral da sua vida, a conquista produtiva como sua mais nobre atividade, e a razão como seu único referencial". Ayn Rand
A filosofia elaborada por Rand, tem o modelo de homem ideal que age através da racionalidade e dos seus próprios valores para atingir um propósito principal a busca pela sua felicidade. Sem nunca explorar ou exercer a imposição pela força sobre outras pessoas visando o seu próprio ganho.
Segundo ela, essa felicidade não pode ser alcançada por desejo ou capricho, é preciso que se leve em consideração o respeito pelos fatos e as necessidades humanas e para atingir esse estado racional é preciso viver segundo os princípios objetivistas: Integridade moral e respeito pelos direitos dos outros.
Ao falar de moralidade objetivista, deve-se entender que ela considera a moral no âmbito racional, extraída a partir dos fatos, não como gostaríamos que fossem, mas como são, como se apresentam.
Ela defende o egoismo racional, para ela, egoismo não esta atrelado ao seu sentido comum e pejorativo.
No objetivismo agir egoistamente é perseguir o seu próprio interesse, mas não qualquer coisa que se ache ou sinta que é o seu interesse. Pelo contrário, é através do pensamento racional que o homem identifica o que está ou não está, de fato, em seu interesse.
"Para o senso comum, o ser humano que age visando apenas o seu próprio beneficio e bem-estar age egoisticamente. O altruísmo, tão em voga em nossa sociedade, coloca como premissa o agir sempre calcado no benefício do coletivo, da sociedade. Esse modo de agir, claro, desconsidera o interesse do próprio indivíduo" Ayn Rand
Ilustrando o egoismo racional
Imagine que você esta escolhendo a sua carreira baseado em fatores racionais (tenho facilidade com essa habilidade, me identifico com essa carreira, etc), mas renuncie a sua escolha para agradar seu pai ou sua mãe e resolve seguir uma carreira diferente, para agrada-los.
O jovem que faz essa renuncia, faz achando que é seu dever como filho, mesmo sabendo que é uma decisão emocional e irracional. Acaba aceitando uma vida frustada, isso porque para ele agir em seu auto-interesse é imoral e egoísta.
Para o objetivismo a visão político econômica seria o capitalismo puro e que a função do governo é proteger os direitos da população, para ela, qualquer sistema de leis que seja orientado para minimizar direitos individuais é um sistema de leis de uma sociedade escravocrata.
"Os direitos individuais não podem estar sujeitos a uma votação pública; uma maioria não tem o direito de votar e acabar assim com os direitos de uma minoria; a função política dos direitos é precisamente proteger as minorias da opressão das maiorias e a menor minoria da terra é o individuo"
O livro entra em diversos outros detalhes da filosofia Randiana, mas resumindo, ela defende que devemos pensar utilizando o egoismo racional, nossos próprios valores e validada pela razão, não porque eu quero ou porque eu acredito.
Além disso para ela, só podemos ser responsáveis pelos nossos próprios atos. Se por exemplo eu escolho ser altruísta, porque EU quero, para os meus valores faz sentido e eu não obrigo ninguém a ser altruísta comigo, então isso é uma decisão moral.
Foi uma leitura que borbulhou a minha cabeça e acredito que é extremamente válida para quem gosta de estudar sobre politica e filosofia. Porém acredito que uma sociedade objetivista é utópica, afinal como seres humanos não conseguimos ser racionais em todos os momentos, nem ponderar todas as possibilidades antes da tomada de decisão.
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